sexta-feira, 31 de julho de 2009

Antes de criticar alguém coloque-se em seu lugar


Num orfanato, igual a tantos outros que enxameiam por toda parte, havia uma pobre órfã, de oito anos de idade.
Era uma criança lamentavelmente sem encantos, de maneiras desagradáveis, evitada pelas outras, e francamente malquista pelos professores. Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento. Ninguém para brincar, ninguém para conversar... Sem carinho, sem afeto, sem esperança... Sua única companheira era a solidão.
O diretor do orfanato aguardava ansioso uma desculpa legítima para livrar-se dela.
E um dia apresentou-se, aparentemente, uma boa desculpa. A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era terminantemente proibido.
- Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um papel numa árvore.
O diretor e seu assistente mal puderam esconder a satisfação que a denúncia lhes causara.
Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior.
E, somando-se ao assistente, pediu para que a testemunha do delito os acompanhasse a fim de lhes mostrar a prova do crime.
Dirigiram-se os três, a passos rápidos, em direção à árvore na qual estava colocada a mensagem.
De fato, lá estava um papel delicadamente colocado entre os ramos.
O diretor desdobrou, ansioso, o bilhete, esperando encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se daquela criança tão desagradável aos seus olhos.
Todavia, para seu desapontamento e remorso, no pedaço de papel um tanto amassado, pôde ler a seguinte mensagem:
"A qualquer pessoa que encontrar este papel: eu gosto de você."
Os três investigadores ficaram tão decepcionados quanto surpresos com o que leram.
Decepcionados porque perderam a oportunidade de livrar-se da menina indesejável, e surpresos porque perceberam que ela era menos má do que eles próprios.
Quantos de nós costumamos julgar as pessoas pelas aparências, embora saibamos que estas são enganadoras.
E o pior é que, se as aparências não nos agradam, marcamos a pessoa e nos prevenimos contra ela e suas atitudes.
Uma antiga e sábia oração dos índios Siuox, roga a Deus o auxílio para nunca julgar o próximo antes de ter andado sete dias com as suas sandálias.
Isto quer dizer que, antes de criticar, julgar e condenar uma pessoa, devemos nos colocar no seu lugar e entender os seus sentimentos mais profundos.
Aqueles que talvez ela queira esconder de si mesma, para proteger-se dos sofrimentos que a sua lembrança lhe causaria.


Quantas vezes nós usamos nossa língua de forma tão cruel e até mesmo insana. Somos tão hipócritas porque olhamos para o nosso próximo e esquecemos de olhar para nós mesmos, pois, se criticamos e julgamos o outro, somos piores do que aquele que criticamos.

Temos muito o que aprender ainda com a vida. Somos falhos, muito falhos e estamos sempre, em algum momento, criticando alguém e isso inclui até mesmo pessoas que nem sequer conhecemos. Quer um exemplo? Quantas e quantas vezes abrimos nossa boca pra julgar e criticar o comportamento de pessoas famosas? Pode ser algo meio "inocente", afinal eles não nos conhecem mesmo né? Mas o fato de julgar e criticar vale para todos, até mesmo aqueles que nem sabem de nossa existência.

Que saibamos usar a nossa língua de forma correta. Nossa língua deve ser usada para glorificar a Deus e edificar a vida das outras pessoas. Muitas vezes, em vez de sermos bençãos, somos maldição. Isso porque à medida em que falamos ou criticamos alguém, estamos sem perceber, "contaminando" o ambiente ao nosso redor, espalhando o nosso veneno.

Peço muito a Deus para que, a começar em mim, possamos usar de forma correta e justa a nossa língua. Errar é humano, mas precisamos nos policiar e pedir a Deus para sermos pessoas cada vez mais parecidos com Ele para assim, desfrutarmos de uma comunhão plena e perfeita.

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